05/02/2016

Setor privado ‘é o motor que guiará as soluções climáticas de que precisamos’, afirma chefe da ONU




Mais de 500 investidores globais se reuniram na sede da ONU em Nova York, Estados Unidos, nesta quarta-feira (27), para movimentar os trilhões de dólares necessários para estimular a energia limpa no mundo. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, desafiou os investidores a, no mínimo, dobrarem suas aplicações direcionadas a este tipo de energia, alcançando 660 bilhões de dólares até 2020.

Lembrando que 2015 foi o ano mais quente já registrado, Ban afirmou que os mercados têm a evidência de que precisavam para aumentar seus investimentos no crescimento resiliente de energia limpa. “O mundo conta com vocês para agir na velocidade e escala necessárias para transformar a economia global”, sublinhou.

O chefe da ONU destacou o aumento de investimentos para energias limpas, que em 2015 acumulou 330 bilhões de dólares – mais de seis vezes a quantidade de 2004. No entanto, ele explicou que é preciso mais para manter o aumento da temperatura a níveis aceitáveis e limitar os riscos causados por alterações climáticas.

“Investidores e negociantes que redirecionarem seus recursos para o crescimento com baixo carbono e resiliência climática serão os centros de poder econômico do século 21”, declarou Ban.

Para ele, o setor privado “é o motor que guiará as soluções climáticas de que precisamos”, reduzindo os riscos climáticos, acabando com a pobreza energética e criando um futuro mais seguro.

Organizado pela associação sem fins lucrativos, Ceres, a Fundação da ONU e Escritório das Nações Unidas para Parcerias, a reunião teve o objetivo de catalisar um deslocamento dos investimentos para uma energia mais limpa que seja rápido o suficiente para convergir com os pontos acordados na Conferência de Paris sobre o clima, que incluem reduzir as emissões de gases de efeito estufa para zero.

O chefe da ONU sublinhou cinco passos para a ação dos investidores.

Para ele, planos nacionais climáticos em países desenvolvidos precisam ser financiados; os fundos de pensão devem usar sua influência como investidores e acionistas para acelerar a descarbonização da economia; o setor bancário precisa continuar aumentando o mercado verde, mudando suas políticas de empréstimo para apoiar investimentos nesta direção; a indústria de seguros precisa fortalecer os esforços para a resiliência climática e redução de riscos de desastres, especialmente nos países mais vulneráveis; investidores precisam saber como os impactos das mudanças climáticas podem afetar companhias específicas, setores e mercados financeiros como um todo.

“Cidades e empresas reconhecem os benefícios econômicos que vêm com o combate à mudança climática, e eles estão dando um grande exemplo estabelecendo objetivos claros e medindo o impacto do seu trabalho”, afirmou o enviado especial do secretário-geral da ONU para Cidades e Mudanças Climáticas, Michael R. Bloomberg.

“Quanto mais informações fiáveis os investidores têm sobre mudanças climáticas, mais fácil tomar decisões informadas, e isso ajudará a direcionar mais financiamento para projetos que reduzem a poluição de carbono e promovem o crescimento econômico sustentável”, concluiu ele.

Fonte: ONU BR