16/03/2016

Alunos criam jogo para reabilitação de idosos e vítimas de AVC




Alunos do ensino fundamental e médio de um colégio particular de São José dos Campos  (SP) desenvolveram um aparelho semelhante a um videogame que auxilia o tratamento de pessoas com dificuldades motoras. O equipamento, que funciona como um videogame, dispõe de um jogo que usa tecnologia para reconhecimento dos movimentos. O mecanismo está em fase de testes.
Na prática, ao ser usado pelos pacientes, um dispositivo de reconhecimento de gestos de alta precisão reproduz na televisão o movimento das mãos e dedos dos pacientes - o modelo é semelhante ao sensor do Kinect, do console Xbox.
Em um dos exercícios, por exemplo, o paciente é estimulado a pegar a pétala de uma flor no ambiente virtual e depois descartá-la - o trabalho estimula a capacidade cerebral para execução de movimentos.
Segundo o professor Massayuki Yamamoto, responsável pelo projeto, o equipamento deve atender principalmente as vítimas de Acidentes Vascular Cerebral (AVC), demência e com problemas motores. Para desenvolver o protótipo, ele contou com a ajuda de cinco alunos.

“O diferencial dessa proposta de tratamento é que quando o paciente faz o tratamento que prevê o movimento pelo movimento [sem visualizar o uso prático], ele desiste rapidamente. Com o jogo há o despertar do interesse de ir além" explicou.
De acordo com Yamamoto, a ideia de criar o jogo surgiu após contato com um parente em reabilitação. A partir deste ponto, ele decidiu levar para a sala de aula a possibilidade de poder contribuir para a qualidade de vida destas pessoas e, ao mesmo tempo, ajudar no desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens.
“Quando levei a ideia para os alunos eles ficaram encantados. Além do aprendizado técnico, biológico e científico, eles terão um ganho pessoal muito grande. Não consigo nem medir o quanto isso representa para a vida deles”, avaliou o professor.
Custos
Apesar de o projeto ser inovador no ramo, o professor responsável garante que os custos para montagem do aparelho são considerados baixos. O equipamento requer um computador de médio desempenho e o dispositivo de reconhecimento dos gestos, que custa cerca de R$ 330.
“Podemos dizer que o investimento foi zero. Usamos os equipamentos que o próprio colégio dispõe, então só precisamos reutilizar e transformar no que queríamos. O maior trabalho foi o dos alunos para planejar e desenvolver o aplicativo”, afirmou Yamamoto.

Benefícios
Os testes dos aplicativos estão sendo realizados em parceira com o Hospital Reger, em São José dos Campos. O local é especializado em geriatria.

Na unidade, os trabalhos de reabilitação dos pacientes são supervisionados por terapeutas ocupacionais. A terapeuta Mirian Pereira conta que o jogo e o contato com os jovens que o desenvolveram têm transformado o ambiente dos idosos. “Estamos tendo bons resultados, dá para perceber o quanto eles se esforçam para mostrar seu potencial”, contou.
Para o aluno Henrique Lavieri, um dos envolvidos no projeto, os benefícios vão além da melhoria da qualidade de vida dos pacientes. “Para nós [jovens] é uma grande oportunidade para adquirir e aprimorar conhecimentos na área da saúde e na área de programação. Para os pacientes, a utilização dos aplicativos torna as sessões de terapia ocupacional mais descontraídas", destacou o jovem.

Fonte: Do G1 Vale do Paraíba e Região/Guilherme Machado
Foto: Divulgação/ Colégio Poliedro