13/04/2016

Quadriplégico recupera movimentos do braço após implante cerebral


Ian Burkhart tem se sentido um ciborgue há dois anos. Em 2014, cientistas do Instituto Neurológico do Estado de Ohio implantaram um microchip no córtex motor do jovem de 24 anos. Seu objetivo: ignorar a medula espinhal danificada e com a ajuda de um decodificador de sinal e uma proteção (como uma manga de camisa) com eletrodos para tentar controlar os braços com seus pensamentos.

Neuroengenheiros têm desenvolvido interfaces entre cérebro e computador por mais de uma década. Eles usaram leituras de implantes cerebrais para ajudar pacientes paralisados a jogar em telas de computador e controlar braços robóticos. Mas Ian é o primeiro paciente que foi capaz de usar um implante para controlar seu próprio braço.

Ao longo dos últimos 15 meses, a equipe envolvida desenvolveu o software decodificador e a proteção com eletrodos para ajudar Iam a reaprender habilidades motoras com sessões de treinos semanais. Em um artigo publicado na Nature, eles descrevem a ligação da porta parafusada no crânio de Ian a um computador que traduz os sinais cerebrais para as instruções da proteção, que estimula os músculos para mover o pulso e os dedos.

Se Ian pensar em "cerrar o punho", por exemplo, os eletrodos implantados registram a atividade em seu córtex motor. Esses sinais são decodificados em tempo real, movimentando seus músculos do braço em todos os locais certos para que seus dedos se fechem. Mas ele pode muito mais do que isso. Usando um sistema único, ele aprendeu a jogar Guitar Hero no videogame, inserir objetos dentro de uma garrafa e atender o telefone. 

Em Julho o implante será removido para a captura das informações, pois o ensaio clínico foi estruturado por um período de dois anos. Nesses dois anos, o computador se adequou aos pensamentos de Ian, a aprendizagem consiste em sinalizar e traduzir os movimentos enquanto ele descobre como tornar esses comandos mais fáceis. 

Embora processos semelhantes tenham sido úteis para reduzir os tremores em pacientes de Parkinson, ainda tem muito trabalho a ser feito. A cirurgia é séria e invasiva, sempre existe a possibilidade do corpo rejeitar o objeto, bloqueando todas as tentativas de transmissão de informações do cérebro. 



Foto: Reprodução BattelleInnovations
Fonte: Madison Kotack/Wired