19/08/2016

Os primeiros humanos não se espalharam pelas Américas por terra, diz nova teoria


Os primeiros humanos não se espalharam pelas Américas pelo caminho que é normalmente indicado pelos arqueólogos, diz um estudo publicado na última edição da revista Nature. Segundo os pesquisadores , é precisa uma nova teoria para a colonização das Américas, já que a suposta rota de entrada era "biologicamente inviável".

As primeiras pessoas a chegar às Américas atravessaram uma antiga ponte terrestre entre a Sibéria e o Alasca, segundo a teoria mais aceite, mas depois tiveram de esperar que as massas de gelo que cobriam o que agora é o Canadá começassem a recuar, criando um corredor livre de gelo que lhes permitiu migrar para sul.

Num novo estudo publicado na revista Nature, uma equipa internacional de pesquisadores recorreu ao ADN extraído de um ponto crucial deste corredor para pesquisar a evolução do ecossistema depois do degelo dos glaciares. Com estes dados conseguiram criar um retrato muito completo que mostra quando a passagem se tornou viável para os humanos, concluindo que as viagens podem ter começado há 12 600 anos, mas que antes não seriam possíveis.

Recuando mais no tempo, faltava a esta faixa de território recursos fundamentais, como a madeira para servir de combustível e ferramentas, e animais para a alimentação.

Se estes dados estiverem corretos, os primeiros americanos, de uma cultura pré-histórica americana denominada Clovis, que deixaram marcas no território a sul dos glaciares muito antes, tiveram de seguir outra rota. Os autores do estudo indicam que estes provavelmente migraram ao longo da costa do Pacífico.

"Apesar de o corredor estar aberto há 13 mil anos, foram precisas algumas centenas de anos até ser possível usá-lo", explica Eske Willerslev, a geneticista da Universidade de Copenhaga que liderou a pesquisa. "Isto significa que as primeiras pessoas a entrar no que agora é os Estados Unidos, na América Central e na do Sul tiveram de seguir uma rota diferente."

Fonte: Diário de Notícias
Imagem:  MIKKEL WINTHER PEDERSEN